segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Flores raras



Ainda há um céu azul
Sob as nuvens escuras, cheias de desilusão
Mas estes olhos cansados não conseguem ver
Estas mãos feridas não conseguem tocar
E eu morro aos poucos perdida em incompreensão

Talvez ainda haja um poço dos desejos
Perdido por entre as folhas secas de outono
Talvez ainda haja um sonho sem dono
Que resolva me fazer companhia
Em uma dessas noites de solidão

Quem sabe ainda nasçam flores raras
Nestes tristes jadins desconhecidos
Quem sabe elas encontrem um caminho
Quem sabe a água se transforme em vinho
E lhes traga novamente a vida tão esperada.

Um dia voltarão as palavras esquecidas
As promessas desfeitas, as verdades não ditas
Um dia, talvez, os segredos serão revelados
Um dia meus olhos serão contemplados
Com um outro dia qualquer...